terça-feira, 14 de outubro de 2008

Crise Financeira Mundial

E eu que julgava que, a ouvir os "entendidos", a coisa era complicada! Afinal não passa tudo de tascas a vender fiado vinho a martelo!

Para quem não entende, ou não sabe bem o que é, ou o que gerou a crise americana, segue um breve relato económico para leigo entender…

É assim:

O Ti Jaquim tem uma tasca, na Vila Carrapato, e decide que vai vender copos 'fiados' aos seus leais fregueses, todos bêbados, quase todos desempregados. Porque decide vender a crédito, ele pode aumentar um pouquinho o preço da dose do tintol e da branquinha (a diferença é o sobre-preço que os pinguços pagam pelo crédito).

O gerente do banco do Ti Jaquim, um ousado administrador formado em curso muito reconhecido, decide que o livrinho das dívidas da tasca constitui, afinal, um activo recebível, e começa a adiantar dinheiro ao estabelecimento, tendo o 'fiado' dos pinguços como garantia.

Uns seis zécutivos de bancos (que recebem chorudíssimos ordenados como prémio pelas decisões milagreiras que saiem daquelas cabacinhas, sim cabacinhas), mais adiante, lastreiam os tais recebíveis do banco, e os
transformam em CDB, CDO, CCD, UTI, OVNI, SOS ou qualquer outro acrónimo financeiro que ninguém sabe exactamente o que quer dizer.

Esses adicionais instrumentos financeiros, alavancam o mercado de capitais e conduzem a operações estruturadas de derivativos, na BM&F, cujo lastro inicial todo mundo desconhece (os tais livrinhos das dívidas do Ti Jaquim).

Esses derivativos estão sendo negociados como se fossem ttulos sérios, com fortes garantias reais, nos mercados de 73 paises.

Até que alguém descobre que os bêbados da Vila Carrapato não têm dinheiro para pagar as contas, e a tasca do Ti Jaquim vai à falência. E toda a cadeia vai para a puta que a pariu….

Viu… é muito simples…!!!

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